“Envenenando o futuro e o presente/Como se faz desde sempre na Amazônia/Nas nossas praias e rios impunemente/Mas o veneno e o atraso, disfarçado de progresso/Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz/Não nos faz tirar os olhos do horizonte/Nem polui a esperança que nasce dentro de nós’’(CACIMBA DE MÁGOA, Gabriel O Pensador, 2015).
Para entender o desmatamento no Brasil é necessário voltar na linha do tempo e compreender que assim como a política brasileira e a cultura nacional, a questão ambiental se projeta em um contexto de colonização de exploração. O Brasil, assim como outros países latino- americanos, passou por um processo civilizatório e exploratório de suas riquezas naturais, que a longo prazo refletem hoje a crise ambiental que o país vive.
Portanto, o desmatamento brasileiro é algo enraizado na nação, sendo a natureza vista tanto atualmente quanto pelos portugueses a partir de 1500, como um meio para atingir o “progresso’’. Nos dias atuais, observamos que o desmatamento no Brasil possui forte influência de setores políticos conservadores e de políticas que beneficiam o agronegócio. Essas questões além de maximizar o processo de desmatamento, estão associadas também ao aumento da violência no campo, o êxodo rural, problemas de saúde pública, desintegração de comunidades indígenas, dentre outras situações igualmente graves. O caso recente do desmatamento da Amazônia ganhou notoriedade nessa segunda-feira, 19 de agosto de 2019, pela sua magnitude ao resultar em uma densa camada escurecida na superfície atmosférica da grande São Paulo. Entretanto, infelizmente foi necessário o acontecimento desse fenômeno climático, com grande visibilidade midiática, para que se abrisse os olhos de diversos setores da comunidade para a questão ambiental amazônica.
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Esse desmatamento ocasionado principalmente pelas queimadas tem atingido diversos outros estados do Norte, tomemos como exemplo Rondônia, que tem apresentado dados alarmantes de risco à saúde pública, além é claro do já grave dano ambiental irreversível que essa área vem sofrendo. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), no período compreendido entre julho de 2018 a julho de 2019, aproximadamente 6,8 mil km2 de área florestal poderiam estar sendo desmatadas. Ademais, o Inpe registrou também um aumento de 85% no desmatamento da Amazônia desde janeiro deste mesmo ano.
Diversos alertas estão sendo enviados diariamente pelo Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (Deter) e contribuem para auxiliar medidas de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O governo brasileiro tem de forma explicita colaborado para a atual crise ambiental amazônica, uma vez que o Presidente da República Jair Bolsonaro expressamente demostrou ser contra o Fundo Amazônia e as contribuições feitas a esse fundo por países europeus como Alemanha e Noruega. Tais países, após o discurso do Presidente, retiraram o apoio financeiro ao Fundo. O Fundo Amazônia tem como finalidade promover diversos programas de prevenção e combate ao desmatamento, assim como incentivar a conservação do meio ambiente e sustentabilidade. Com o corte no repasse desses investimentos é possível fazer uma projeção de um aumento na crise
amazônica.
O incentivo à preservação da floresta amazônica possui interesse de países estrangeiros pois ela é de extrema importância global, uma vez que é responsável pela manutenção climática. Visto isso, o desmatamento da Amazônia não é um fato isolado, ele afeta o ecossistema como um todo, o que gera um aumento do aquecimento global, extinção de espécies nativas, aumento da poluição, dentre outros. Em suma, é preciso voltar o olhar para as questões ambientais discutidas pelo governo, e suas respectivas consequências. Contudo, a conscientização de toda a sociedade tem relevância também na preservação da natureza, pois é necessário que todos contribuam para a sua conservação, no objetivo de se alcançar o verdadeiro progresso.
“Envenenando o futuro e o presente/Como se faz desde sempre na Amazônia/Nas nossas praias e rios impunemente/Mas o veneno e o atraso, disfarçado de progresso/Que apodrece a nossa fonte e a nossa foz/Não nos faz tirar os olhos do horizonte/Nem polui a esperança que nasce dentro de nós’’
(CACIMBA DE MÁGOA, Gabriel O Pensador, 2015)
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Texto escrito por: Mirella Golfeto
Fontes:
http://www.obt.inpe.br/OBT/assuntos/programas/amazonia/deter
http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/map/deforestation?hl=pt-br
http://terrabrasilis.dpi.inpe.br/app/dashboard/deforestation/biomes/legal_amazon/incremen
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