Aparecida de J. Oliveira – 3º semestre

Dia 31/10 foi comemorado o Dia da Poupança. Sim, da conhecida “caderneta de poupança”.
Mas o que comemorar se hoje, com mais uma baixa na taxa Selic, ela rende menos de 4% ao ano? No entanto, mais de 70% dos brasileiros poupadores (e esta ainda é uma pequena fatia comparada à quantidade que não sabe o que é “poupar para o futuro” e sequer se preocupa com isso), mantém suas economias nesta modalidade, seja por comodidade (afinal de contas é tradicional), seja por falta de conhecimento quanto a investimentos mais rentáveis.
Mas por que o brasileiro não sabe poupar? E por que tão poucas pessoas têm esse costume? Paralelamente, verificamos que a falta de conhecimento advém do fato de que educação financeira nunca foi grade em qualquer dos cursos regulares estabelecidos pelas Secretarias de Educação no Brasil. Crescemos aprendendo a somar 1+1, mas não temos noção do que são juros compostos a longo prazo e em como isso agregaria ao nosso patrimônio se, desde cedo, o aplicássemos a míseros R$ 20,00 ou R$100 reais mensais.
Outro fator é que crescemos em uma sociedade do consumo. Compramos o que muitas vezes não vamos usar ou pagamos o triplo por algo ou algum serviço somente pela marca e o nome que ele agrega. É assim que as grandes empresas, ao enviar inúmeras mensagens subliminares ao nosso cérebro com suas propagandas, nos seduzem e nos conduzem a gastos desenfreados.
Por último, não temos visão de longo prazo. Quando ouvíamos dos nossos pais “Você precisa poupar para o futuro“, “Você precisa ter uma reserva para uma emergência“, pensávamos que este futuro estaria muito longe e, pior, que nunca poderia chegar e nos pegar de surpresa. Até o dia que algo acontece e percebemos que não tínhamos “a tal reserva”. A solução é, então, recorrer a amigos ou a bancos, pagando depois o triplo.
Desta forma, o que temos hoje na sociedade brasileira é um déficit sem precedentes quando o assunto é educação financeira. Não aprendemos a poupar no passado e hoje colhemos os frutos. Além de nunca ter sido interesse dos governos nós também (admitamos) permanecemos inertes. E com o afunilamento da pirâmide etária e mais gastos com saúde e pessoas se aposentando mais, a conta não fecha.
Assim, necessitamos de uma “reforma educacional” já e desde a base. Sim, eu digo realmente ensinar as crianças desde pequenas, o que significa poupar, porque então ela será um adulto previdente e mais ainda na frente um idoso que não dependerá do filho para comprar um remédio que, em muitas ocasiões, o Sistema Único de Saúde (SUS) não fornece. Radical? Necessário, a meu ver.
Assim, temos que ensinar não apenas que 1+1=2 ou 2×2=4, mas também sobre o que significa R$ 100,00 ou R$ 200,00 reais guardados ao mês (ou que sejam R$ 50,00) em outras opções podem render 6% ou 8% ao ano. E entender o que significam juros sobre juros porque assim poderemos, no futuro, comemorar outros 31/10 ao vermos uma sociedade mais estruturada e preparada financeiramente.
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