Ana Paula de Assis – 3º Semestre
Fazer graduação não é fácil. Trabalhar ou estagiar e fazer graduação, pior ainda. Entretanto, existem coisas que nos estimulam a estudar, pesquisar, ir além e encontrar o melhor de nós. Eu não sei vocês, mas eu quero participar de tudo o que está no círculo em que vivo e expandir esse círculo cada vez mais.
Vocês que estão na Mackenzie têm esses sentimentos: “ir além” e “querer mais”? Se não têm, vão passar a ter a partir de agora.
Muitas vezes não nos damos conta de onde estamos e nem até aonde podemos ir, porque vivemos muito tempo no automático, focados na lógica dos resultados e tentando suprir expectativas alheias que nos foram postas como se fossem nossas. Assim, como explica perfeitamente Byung-Chul Han em seu livro “Sociedade do Cansaço”, nunca estamos satisfeitos. Pedindo licença a ele, eu complemento: isso impede que nos encontremos com nossa essência, com nossa identidade e impede que coloquemos em prática nossas potencialidades, que são únicas.
Dias atrás, algumas postagens do ‘Jornal do Prédio 3’ me chamaram a atenção e conduziram minha reflexão sobre algumas coisas das quais já vinha pensando há bastante tempo.
Para começar, me surpreendeu (ou não) o fato de ser a Mackenzie a universidade particular com o menor índice de abandono do país. Isso é um dado muito importante e significa que o fato de termos uma estrutura ótima, incentivo a internacionalização de professores e alunos, incentivo à pesquisa, bolsas de graduação e outras qualidades, é um diferencial e tanto.
Vocês têm noção do quanto somos privilegiados?

Imagem extraída do site da Mackenzie
Antes que me julguem, não quero aqui “puxar a sardinha” da nossa universidade e dizer que é a melhor de todas. Apenas quero provar que somos um dos poucos graduandos privilegiados no Brasil.
Vou exemplificar:
Vocês sabiam que moramos no país que mais possui Faculdades de Direito no mundo e que, apesar disso, os índices de aprovação na OAB são baixos devido à alta mercantilização do curso?
Isso significa que, dentre tantas universidades e faculdades de Direito pelo país, das quais uma pequena parcela não existe apenas para movimentar o sistema capitalista e formar péssimos seres humanos e profissionais, a nossa está entre as melhores no Ranking Universitário da Folha (RUF) e a com menor índice de abandono no país.
E não para por aí. Há exemplos atuais, com gente de verdade, perto da gente, que está indo bem longe.
Para começar, o Grupo de Estudos em Mediação e Negociação da Mackenzie (GEMMack), enviou esses dias alguns de seus integrantes à Veneza, para participarem da competição CDRC (A Consensual Dispute Resolution Competition), sendo que foi fundado em 2016! Isso mesmo, tão novo e já possui pessoas totalmente capacitadas.
Depois, saindo um pouco do curso de Direito, é de dar orgulho a premiação da aluna de arquitetura que foi para Uganda ser voluntária e quando retornou ao Brasil, decidiu aproveitar essa experiência para fazer seu Trabalho Final de Graduação (TFG). Agora, ela está de volta a Uganda, arrecadando fundos para construir uma casa planejada com a nativa com a qual conviveu no voluntariado, a Jajja. Ela o faz para acender uma luz de encorajamento nas mulheres, de modo que elas participem do planejamento e construção de suas casas, já que essa função é restrita aos homens do mencionado país. Ou melhor, ERA, pois é evidente a mudança que essa menina está trazendo para aquela sociedade, simplesmente por ter acreditado em si e no poder de sua formação.
Dito isso, é possível compreender o porquê de muitos escritórios darem preferência para a contratação de estagiários e advogados juniores de universidades selecionadas, como a nossa, né?
E agora, compreenderam o significado da palavra “privilégio”?
Esse “privilégio” que eu gostaria que vocês apreendessem não é para que se vangloriem e se sintam melhores que os outros. Ao contrário, é para que valorizem cada esforço que fazem para pagar a mensalidade, ou para que valorizem o esforço de seus pais ou pessoas que a pagam ou ainda, para que valorizem a bolsa parcial ou integral, conquistada após meses ou anos de dedicação. Isso sim faz de nós pessoas humildes, nos leva a lugares altos e faz com que almejemos o mesmo para as demais.
Por fim, é sempre bom lembrar que a parcela de pessoas que tem acesso à educação de qualidade, no Brasil, seja no ensino básico, fundamental ou médio, é baixa. Menor ainda, é a que chega à graduação, pós-graduação, mestrado, intercâmbio ou pesquisa científica.
Então, o que acham de mudarem suas perspectivas, colocarem em prática suas potencialidades e fazerem a diferença no seu país e no mundo?!
Lembrem-se: eu já comprovei aqui que somos um grupo restrito, repleto de circunstâncias favoráveis.
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