Por Jade Gomes de Souza
Se você ainda não achou uma causa pela qual valha a pena morrer, você ainda não achou a razão de viver
Martin Luther King Junior
Nem todo começo é como se idealizou ou se sonhou. Algumas histórias não se iniciam como em um conto mágico com direito a madrinha e carruagem encantada. Sonhos surgem, por vezes, enquanto ainda se é jovem demais para se compreender a dimensão e a profundidade do que se sonha e, apesar de serem gratuitos, torná-los reais requer garra, determinação e persistência.
Sobre esta, vale afirmar que persistir é se manter firme e constante a respeito de algo que se almeja, ainda que sobrevenha dores, incômodos e dificuldades. Uma reflexão milenar alega que não se faz bons marinheiros em águas tranquilas, daí a relevância das intempéries nessa jornada. Afinal, as tempestades despertam, capacitam e aperfeiçoam o bom marujo que há em nós, tornando possível navegar pelas águas da vida com a maturidade e a postura que nos faz vencedores.
Entretanto, por mais que necessárias, as adversidades despertam em nós emoções e vontades nem sempre positivas, como o medo, o cansaço, o desânimo e a vontade de desistir. De acordo com a neurociência, o cérebro sempre prezará por seu conforto e satisfação e quando algo o tira dessa zona, sua tendência natural é a de querer voltar para o estado de conforto. Por essa razão, acordar cedo para fazer atividade física é uma missão tão difícil, visto que o sono, um dos elementos que aciona o sistema de recompensa do cérebro, está sendo cortado.
Vale rememorar que o sonho/propósito é o alvo que nos tira da zona de conforto, fazendo com que o comodismo e a mesmice sejam quebrados a fim de trazer à existência o que apenas se deseja agora. Dessa forma, aqueles que decidem soltar o cabo da nau e tomar os remos nas mãos devem ter em mente que velejar pela vida não será algo monótono e pacífico, uma vez que essa decisão implicará em uma constante batalha, a começar consigo próprio, para vencer a zona de conforto, e, em seguida, as intempéries supracitadas.
Ademais, apesar de vir acompanhado de lutas, todo propósito traz consigo uma recompensa, como a alegria de se viver o que fora almejado, e é essa satisfação que tem de integrar o combustível que nos impulsiona a prosseguir até o alvo que nos aguarda.
Em suma, essa recompensa pode ser interna e externa. Quando interna, somente nós somos beneficiados, quando externa, uma nação poderá ser alcançada. Sonhos legítimos, em geral, envolvem a vida de outros, como foi o caso de Martin Luther King que tinha um sonho e a sua concretização mudou uma nação. Com toda a certeza, ele em algum momento pensou em desistir, afinal, somos humanos, mas sua persistência o fez alcançar, dentre grandes feitos, o reconhecimento histórico.
Além de Martin, grandes nomes como Marie Curie, primeira mulher da história ganhadora do Nobel de Física e desenvolvedora dos princípios de radioatividade, Margaret Hamilton, engenheira de software que auxiliou grandemente na chegada do homem à lua, Louis Pasteur, que descobriu microrganismos que auxiliou no desenvolvimento de métodos de esterilização, Albert Einstein e sua magníficas descobertas envolvendo átomos e o efeito fotoelétrico, Karl Marx que influenciou nova forma de fazer política, Maomé que fundou islamismo unindo quase todas as tribos árabes e Jesus de Nazaré que fundou a religião com maior impacto na história mundial, mudando e marcando vidas – inclusive a história, que passou a ser dividida em a. C. e em d.C.
Todos esses homens e mulheres chegaram ao triunfo porque não desistiram. Querer e cogitar parar, todos cogitam, mas a diferença está nos que perseveram na jornada. A causa pela qual você luta tem que ser tão grande e relevante que por ela você estaria disposto a morrer. Martin Luther King tem uma célebre reflexão, na qual alega que “se você ainda não achou uma causa pela qual valha a pena morrer, você ainda não achou a razão de viver”, ele, ativista político, foi morto pela causa que acreditava, lutava pela igualdade racial.
Seguindo essa linha, Jesus, que impactou a história, morreu pela causa que acreditava: libertação de todo e qualquer jugo imposto sobre o homem. Morreu levando sobre si todo o jugo e juízo. Por esse motivo se é afirmado que “o castigo que nos traz paz estava sobre ele e pelas suas pisaduras fomos sarados”. Com sua morte, o evangelho teve ainda mais repercussão alcançando e libertando vidas.
Portanto, ainda que se queira desistir, deve-se ter em mente o propósito e a causa primeira que nos moveu em direção ao desejo que fora levantado em nossos corações. Se for uma causa digna de morte, não há razão para desistir, mas sim, continuar. Pense bem, ainda que o começo seja árduo, a alegria da linha de chegada recompensará todo o suor investido. Já dizia uma célebre reflexão “aqueles que semeiam em lágrimas, com cantos de alegria colherão”.
Publicado por Jade Gomes de Souza
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