Por Jade Gomes de Souza
Nem sempre a vitória parece certa. Há momentos na vida em que as fases se apresentam mais difíceis de serem enfrentadas do que o normal, seja porque os dias passam e a mudança não acontece, seja pelo luto inesperado da perda de alguém que consideramos importante, seja pelos “nãos” difíceis de serem tragados que recebemos quando esperávamos por um sim, ou até mesmo pelos obstáculos, como a desigualdade e a injustiça, que minam a nossa força e o nosso ânimo em prosseguir a caminhada. Entretanto, assim como os belos quadros que expressam a dor não deixam de ser arte e nem menos belos por isso, os dias de amargura não reduzem ou anulam a beleza da vida, aliás, a complementam. Por isso que o viver é arte, pois, como toda boa tela bem elaborada, a vida é repleta de complexidade, dores e alegrias.
Diante de fase que nos dilaceram e barreiras que nos surgem, é necessário, frente a eles, conservarmos um “coração bem disposto”, como aconselha um dos provérbios antigos de Salomão, pois essa disposição é o remédio eficaz que nos sustém frente as adversidades, como possíveis doenças que sobrevenham para nos afligir. A fim de se ter um coração bem disposto é preciso crer. De acordo com pesquisas do Instituto Dante Pazzanese e que foram divulgadas pelo portal de notícias G1, “a fé pode ser uma grande aliada da saúde, faz bem para a imunidade, melhora a resposta a processos de quimioterapia ou radioterapia, por exemplo, e ainda pode ajudar a combater depressão, ansiedade e problemas de sono”.
Além disso, estudo realizado na Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), em Ribeirão Preto, evidenciou que a fé fortalece pacientes que lutam contra o câncer. Esse estudo foi coordenado pela psicóloga Joelma Ana Espíndula e publicado pelo jornal Correio Braziliense, que visava entender de que maneira a fé exercia influência no destino de quem enfrenta o mal. Joelma afirma que a fé é o apoio que traz o fortalecimento espiritual que atenua dores, incertezas e conflitos. Esse fortalecimento é o que o proverbio de outrora denominava “coração bem disposto”.
Somado a isso, o pneumologista Blancard Torres, titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), ainda em reportagem disponibilizada no Correio Braziliense, afirma que “Quando a ciência e a religião andam juntas, o combate aos males torna-se viável, a evolução do tratamento é completamente diferente do padrão observado em quem não têm espiritualidade, não acredita em bons resultados”. Isso ocorre, pois, é a fé que te coloca em “posição superior para lutar pela vida”, considera Torres. Diante disso, com fé, você se torna do tamanho do gigante que está enfrentando, pois é ela quem promove as forças necessárias para vencer a batalha.
A fé traz o vigo necessário frente as guerras. Joelma é categórica em afirmar que, embora metade dos profissionais de saúde que participaram da entrevista contando relatos envolvendo as reviravoltas que a fé possibilitou a pacientes, não sigam qualquer religião, todos reconheceram a importância do credo e da fé para o paciente e sua família. Esse reconhecimento se dá, pois, a fé é o fenômeno que libera defesas naturais do organismo, preparando o corpo e a alma para lidarem de melhor forma com a dor e com os percalços do tratamento médico.
Dessa forma, a crença passou a exercer papel tão crucial, no que tange ao bem estar do indivíduo, que, em recente matéria disponibilizada pela BBC NEWS Brasil, foi constatado, através de estudos e pesquisas, que os valores da religião, como o perdão e a gratidão, podem torna, ou não, alguém suscetível a enfrentar determinadas enfermidades. “Quem tem menos disposição ao perdão está mais disponível a enfrentar enfermidades coronárias”, diz o médico Álvaro Avezum Júnior, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), professor do centro de cardiopneumologia da USP e do programa de doutorado do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e que “da mesma maneira, a raiva acumulada pode levar à diabetes”. Entretanto, Álvaro é preciso em afirmar que, embora o perdão e gratidão possam controlar, por exemplo, a pressão arterial, não tem que ser exercido “um perdão condicional, que mantém o ressentimento, e sim um perdão emocional, que muda o que se sente em relação ao agressor”.
Com isso, frente as guerras e batalhas a serem enfrentadas em 2022 a arma fundamental que deve ser constantemente usada é a fé. Assim como é necessário um especialista no assunto para restaurar uma bela tela danificada, é preciso um bom mestre para interpretar amarguras que, como espinhos, lesionam a alma humana. A fé é o que te conecta a esse bom mestre. Este é aquele que jamais renunciaria a um filho, sendo Ele capaz de entregar sua vida por amor de muitos. Não sei ao certo o porquê de nos amar, mas Jesus nos amou. Ainda que ninguém permanecesse ao nosso lado no campo de batalhas e tivéssemos que enfrentar as guerras sozinhos, seja enfermidade, luto ou desemprego, Ele estaria lá conosco até que “A Tempestade de Rembrandt” se tornasse belos Girassóis de Van Gogh.
Portanto, para enfrentarmos os gigantes que nos esperam em 2022 precisamos ter fé, pois ela tem o poder de nos colocar em “posição superior”, como outrora afirmou Torres, ao gigante enfrentado, conferindo-nos condições para vencermos toda e qualquer batalha.
BIBLIOGRAFIA
BBC NEWS Brasil, 2021. Cientistas investigam como espiritualidade pode ajudar a saúde do corpo. Disponível em https://www.bbc.com/portuguese/geral-56655826 acessado em 17 de dezembro de 2021.
Correio Braziliense, 2020. Estudos sinalizam que a fé pode, sim, ajudar a superar doenças. Disponível em https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/ciencia-e-saude/2010/03/07/interna_ciencia_saude,178036/estudos-sinalizam-que-a-fe-pode-sim-ajudar-a-superar-doencas.shtml acessado em 17 de dezembro de 2021.
G1, 2013. Fé pode ajudar muito no tratamento e cura de doenças, defendem médicos. Disponível em http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2013/07/fe-pode-ajudar-muito-no-tratamento-e-cura-de-doencas-defendem-medicos.html Acessado em 17 de dezembro de 2021.
Publicado por Jade Gomes de Souza
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O combustível que alimenta a esperança em nossos corações é o esperar, sonhar, planejar. Tudo isso está ligado diretamente a acreditar em si mesmo, no futuro e em tudo que você estima que irá ocorrer. Deste modo a Fé que é o firme fundamento das coisas que se esperam, esta diretamente ligada ao cotidiano de qualquer cidadão, muitas vezes não se evidenciando em uma religião ou em um credo, más simplesmente em acreditar.
amei o texto, meus parabéns a autora.
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O ser humano foi dotado de um intelecto extraordinário. E somos o ser racional que comanda a terra. A fé nos liga à nossa origem, ao Criador!
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