Por Isabela da Silva Aquino
O contexto histórico representado na época, antecedente à reforma protestante, se caracterizava pela centralização do poder dos monarcas em sinergia com a Igreja católica, nomeando-se Estado Nacional Absolutista. Logo, o descontentamento popular, principalmente voltado à classe camponesa, era grande, afinal recolhiam impostos e taxas representada pelos dízimos. O clero fazia uso da sua autoridade para obter privilégios e a vender cargos da Igreja, uma prática chamada de “simonia” .
A reforma protestante foi iniciada por Martinho Lutero, crítico e questionador a respeito de práticas apregoadas pela igreja católica, e caracterizada pela transformação religiosa da época moderna, pois rompeu a unidade do cristianismo no Ocidente, ou seja, ganhou-se notoriedade ao entrar em conflito com os ideais defendidos pela igreja católica. Em 1517, revoltado com a venda de indulgências realizada pelo dominicano João Tetzel, Lutero escreveu um documento com 95 pontos criticando a Igreja e o próprio papa. Em sua concepção, a fé era o único elemento fundamental para a salvação dos indivíduos.
Importante lembrar que este movimento ganha relevância em diversos âmbitos sociais, como na educação, trazendo valorização ao conhecimento, e fundamentos a respeito de princípios e valores, gerando assim, movimentos e criações de escolas e universidades.
Interessante notar o meio artístico, pois a análise do estilo da arte, da arquitetura e da cultura (definição de antropologia) foi sendo estudada e realizada no cenário da época em que ocorreu a reforma protestante. Evidencia-se a permissão dos questionamentos em que os próprios protestantes faziam jus e aplicavam a própria interpretação da bíblia, na qual relata a cultura do povo em que proibia os trabalhos aos sábados. A figura de Jesus por sua vez ultrapassa os limites estabelecidos daquele padrão social, para assim, praticar seus milagres e curas, logo, entende-se que o cristianismo se faz uma cultura à parte, pois se faz acima da mesma e permite a criação de paradoxos da cultura local.
Como em vários campos, a reforma protestante modificou a própria concepção de ciência, usando a mesma para revelar a sua fé. Alguns dos cientistas que representaram esse período foram: Isaac Newton, Mendel e Einstein, sendo julgados pela própria crença, mas trabalhando para provar as evidências que de alguma forma a fé revelava uma visão de mundo específica a partir da cosmovisão.
No mundo jurídico, houve o aperfeiçoamento e a aplicação de práticas que encontramos nos ramos do Direito civil, Direito constitucional, Direito internacional, como também no Direito tributário, como por exemplo, voltado às questões de impostos e formas de organização social.
A visão transformada para o meio econômico, trouxe uma revelação de que ter dinheiro e consequentemente prosperar, não havia mal algum, em outras palavras, não era “pecado”. João Calvino afirma que, o trabalho não era mais considerado como castigo, como acreditava na época medieval, agora, o trabalho era considerado uma benção, gerando assim um espírito capitalista e favorecendo a economia de todos os países.
A ética social entra em pauta, pois está presente a criação das ideias de cooperativas, sindicatos e principalmente a união de pessoas que possuem o mesmo objetivo para assim buscar um bem comum.
Na literatura sendo impulsionada por escritores reformados como por exemplo o grande dramaturgo Shakespeare. E por fim, no âmbito político deu-se início à cosmovisão reformada, transfigurando assim a visão retrógrada da sociedade como um todo, e evoluindo em ideias revolucionárias, que um dia teve força para reverter tradições e costumes da época.
Publicado por Isabela da Silva Aquino
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