Por Larissa de Matos Vinhado
Dando continuidade à nossa coluna de apresentação dos professores da Faculdade de Direito, a publicação de hoje é dedicada à carreira da Professora Renata da Rocha.
Renata da Rocha é graduada em Direito e em Filosofia. Além disso, é professora de Biodireito e Bioética na Pós Graduação em Direito Médico – Escola Paulista de Direito – EPD. Já na Graduação em Direito, leciona nas disciplinas de Linguagem Jurídica, Biodireito e Teoria Geral do Direito na Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Soma-se a isso, ainda, o doutorado em Filosofia do Direito e do Estado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC/SP. Além de ser especialista em Direitos Fundamentais pela Universidade de Coimbra – Portugal.
Suas habilidades na área acadêmica, certamente, não se restringem apenas às salas de aulas. Ela é Membro Consultivo do Comitê de Bioética do Hospital do Coração – HCOR, Coordenadora do Curso de Extensão em Biodireito e Bioética: Dilemas Acerca da Vida Humana oferecido pelo Hospital do Coração – HCOR, Coordenadora da Pós em Bioética e Biodireito – Escola Paulista de Direito – EPD e pesquisadora do Grupo BIÓS- Biodireito, Bioética e Biopolítica -CNPQ.
E, para encerrar com chave de ouro esse currículo brilhante, é autora das obras: “O Direito à Vida e a Pesquisa Científica em Células-Tronco: Limites Éticos e Jurídicos” Ed. Campus Elsevier, 2008 e “Fundamentos do Biodireito”. Ed. Juspodivm, 2018.
Professora Renata da Rocha, com certeza, é uma das mais queridas da UPM. Conhecida por suas músicas ao iniciar suas aulas que encantam a todos. Sempre acessível aos alunos e disposta a ajudá-los quando necessário. Em todos momentos com um sorriso no rosto e simpatia no olhar. Além disso, é bastante ativa em suas redes sociais. Atualmente, no Instagram, a Professora conta com 3 mil seguidores em sua página, sempre postando dicas de livros, filmes, séries e, claro, Direito.
Um dos grandes privilégios de ter aula com a Professora Renata é ter a oportunidade de sair do juridiquês imposto ao mundo do Direito e mergulhar no mundo artístico. Caso você a escolha para fazer parte de sua Graduação em Direito, provavelmente assistirá a inúmeros filmes e séries que se interligam, diariamente, com o mundo jurídico e, indubitavelmente, abrirão os seus olhos para inúmeras perspectivas ignoradas anteriormente. Sem dúvidas fará de você um profissional diferente no meio de tantos iguais. As aulas ultrapassam o Direito e vão de encontro com a literatura, cinematografia e modernidade. Resumidamente: é arte. Em todos os aspectos. Em todos os momentos. Há conexão. Há humanidade.
Para completar essa matéria, o JP3 realizou uma entrevista com a Professora Renata, abordando assuntos como escolha de carreira, dicas e desafios da área. Confira abaixo!
JP3: Em que momento da sua vida veio a decisão de lecionar? Quais são os maiores desafios dessa área profissional do direito e qual dica a Dra. daria para quem pretende ser professor acadêmico?
PROF. RENATA: Decidi lecionar cinco anos após ter me formado. Eu advogava, mas não me sentia realizada profissionalmente. Um dia tive oportunidade de entrar numa sala de aula para lecionar e neste dia eu senti que havia descoberto a minha vocação, soube, no exato instante em que pisei numa sala de aula, que eu precisava atender a esse chamado, que só ali seria feliz.
Creio que os maiores desafios na área acadêmica estejam relacionados com a própria formação dos professores. Ainda não temos muitos programas de mestrado e doutorado e, infelizmente, uma parcela muito pequena da população tem acesso a esses programas. Quem pretende ser professor tem que se qualificar, claro! Tem que ter titulação, tem que produzir pesquisas, escrever artigos, publicar livros, participar de congressos e etc. mas, acima de tudo, eu costumo dizer que tem que ter amor pelos alunos.
JP3: Na sua perspectiva, quais são as principais tendências do Biodireito no futuro próximo e os desafios para quem quer trabalhar na área?
PROF. RENATA: Acredito que dentre as principais tendências do Biodireito, podemos considerar cada vez mais a sua aceitação pela doutrina jurídica como Quarta dimensão/geração dos Direitos Humanos (Bobbio), sobretudo, em virtude dos avanços revolucionários na área biotecnologia que associada à medicina, que tornou manipulável o genoma humano. Aqueles que pretendem atuar nesta área tão incipiente precisam ser capazes de dominar conhecimentos que decorrem de outras áreas como a Bioética.
JP3: Quais dicas a Dra. daria para quem quer melhorar sua oratória dentro do mundo jurídico?
PROF. RENATA: Para desenvolver a oratória precisamos voltar aos clássicos, precisamos da literatura, da poesia, da música, do cinema, do teatro, das artes em geral, precisamos de tudo aquilo que nos humaniza, que nos revela, que nos fragiliza, só com esse espírito humanista o orador atenderá ao que Cícero ensinou, segundo o qual a oratória deve ser capaz de “docere, movere e delectare”, isto é, o orador tem que ser capaz, por meio da oratória, de ensinar alguma coisa aos seus interlocutores, de movê-los, comove-los, transformá-los, e de agradar, tem que ser prazerosa, um deleite.
JP3: De acordo com seus conhecimentos na área da Linguagem Jurídica, a Dra. acredita que num futuro próximo o juridiquês será eliminado do Direito?
PROF. RENATA: O Direito enquanto ciência sempre fará uso de uma linguagem que lhe é própria, uma linguagem técnica. Todavia, seu desafio será sempre não se esquecer de que a lei é feita para o homem médio e que o uso proposital da linguagem jurídica de modo hermético e pedante não pode ter lugar se quisermos de fato construir uma sociedade livre, justa e solidária. O equilíbrio entre o respeito à norma culta, em especial em virtude da dignidade da profissão e o emprego do juridiquês, constitui um desafio a todos aqueles que se dedicam à esta atividade tão primordial à consagração das garantias fundamentais e do Estado Democrático.
Publicado por Larissa de Matos Vinhado
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