Thiago Henrique da Costa
Algumas semanas atrás, durante um ou dois goles de cerveja em um bar da cidade, entre uma ou duas conversas a respeito de cultura, estética, estilo de vida e colonização, surgiu a seguinte frase – que já foi lida e ouvida por mim outras vezes, entre bares e redes sociais:
O Brazil está matando o Brasil
Este aforismo, embora de alguma forma impactante e de outra forma poético, também caberia facilmente em uma página do facebook chamada: “crítica social foda”, quem conhece a página saberá o porquê, quem não conhece pode ter a oportunidade de dar algumas risadas.
A frase se mostra de alguma forma batida ou, sendo exagerado, brega. Porque ela nos remete a uma mentalidade muito comum dos anos 60-70. Um momento em que o Brasil vivia uma inundação de cultura pop norte-americana, uma ditadura empresarial-militar e movimentos de contracultura que, sobretudo na música, procuravam valorizar a cultura popular nacional, ainda que no suporte de uma guitarra elétrica ou o sono tranquilo da bossa nova.
E por que a ideia de uma valorização de um sentimento nacional e republicano, de uma identidade cultural que seria supostamente comum a todos os brasileiros, com S, e que faria oposição à cultura idiotizante dos Estados Unidos da América, seria hoje um pensamento ultrapassado?
O Brasil é um país que, assim como muitos outros na América do Sul, África e Ásia, viveu a experiência do colonialismo. Vale lembrar que o nome do nosso país é derivado da principal mercadoria extraída na gestação da colonização dessas terras. Se observamos as independências dos países africanos, durante o processo foi muito comum alguns países trocarem de nome com o intuito de deixar o passado colonial para trás, isso não aconteceu conosco, mas trocamos o Z pelo S.
Conheçam a história de Burkina Faso.
O Brasil, essa nação absolutamente caracterizada por suas desigualdades, fundamentada na escravidão, não nos fornece laços de tradição e uma cultura popular que permeia a todos que aqui vivem, não, Brasil é, desde a cana-de-açúcar uma grande máquina de moer gente e de enriquecimento do autointitulado mundo civilizado.
O Brazil não está matando o Brasil, o Brasil, com S mesmo, está matando Ágatha.
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