por Luana Carvalho
No dia 25 de julho, é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. A data foi inspirada no 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas em 1992, em que grupos feministas negros de 32 países se reuniram na República Dominicana. Nesse evento, foi discutido o impacto do machismo e do racismo, buscando visibilidade à luta das mulheres negras. A ONU, ainda em 1992, reconheceu o dia 25 de julho como Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha.
A Lei nº 12.987/2014, foi sancionada pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi líder do Quilombo Quariterê, localizado na fronteira do Mato Grosso com a Bolívia, e por 20 anos liderou a resistência contra o governo escravista, coordenando as atividades econômicas e políticas do Quilombo. Com a morte de seu companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, e sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por 20 anos, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído e sua população de 79 negros e 30 índios morta ou aprisionada.
É um dia para relembrar que apesar de corresponder a 53% dos brasileiros, a população negra ainda luta para eliminar desigualdades e discriminações. Em se tratando do gênero, o abismo é ainda maior. A representação política feminina negra ainda é muito baixa no país, a diferença salarial entre um homem branco e uma mulher negra, com nível de formação igual, é maior que 100% (dados do Insper, publicados em 2020), e em 2017 66% dos homicídios femininos foram de mulheres negras.
Essas datas foram criadas para dar destaque às mulheres negras, indígenas e de comunidades tradicionais, que lutam há tanto tempo e continuam sofrendo diversas formas de opressão. Mesmo após 30 anos da instituição da data, ainda vemos que mulheres negras dispõem de piores condições de trabalho, são alvo dos maiores índices de violência e sofrem com suas histórias e ações, sendo muitas vezes invisíveis em meio à sociedade. Apesar disso, elas resistem à opressão e exploração, lutando todos os dias por seus direitos.
Publicado por Luana Carvalho
Siga o JP3!
Instagram: @jornalpredio3
Facebook: fb.com/jornalpredio3
Mais notícias e mais informações:
- A Obra e o Legado de Roberto Bolaño
- 4° Boletim de Estágio – Julho/2022
- Hospedaria dos sonhos e a locomotiva
- Edital Grupo de Estudos Constitucionalismo e Democracia América Latina
Jornal Prédio 3 – JP3 é o periódico on-line dos alunos e dos antigos alunos da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, organizado pelo Centro Acadêmico João Mendes Júnior e pela Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie (Alumni Direito Mackenzie). Participe!
Deixe um comentário