por Júlia Mayumi Oliveira
No Brasil, 40.740 pessoas estão na fila de espera por transplante de órgãos, segundo dado divulgado pelo G1 em agosto deste ano. Esse número cresceu durante a pandemia, que afetou os procedimentos em hospitais de todo o país. A taxa de doadores efetivos caiu 6,5% no primeiro semestre deste ano, em na comparação com o mesmo período do ano passado, conforme levantamento da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) divulgado pelo G1.
De acordo com o portal da Câmara dos Deputados, há mais de 50 projetos de lei em análise que tratam dessa questão. Atualmente, a doação de órgãos no Brasil é descrita pela Lei nº 10.205/2001, que regulamenta o § 4º do art. 199 da Constituição Federal.

A retirada de órgãos para doação é feita após a morte encefálica ser diagnosticada e é necessária autorização dos familiares, que devem assinar um termo. Em 2018, o Ministério da Saúde divulgou que 43% das famílias negou autorização para doação. Em entrevista à Agência Brasil, o médico Valter Garcia, responsável pelos transplantes renais na Santa Casa de Porto Alegre, apontou uma das razões para essa negativa – o desconhecimento acerca da irreversibilidade da morte encefálica. De acordo com Garcia, quando o cérebro não realiza mais suas funções, a pessoa só consegue respirar por meio de máquinas. É apenas nesse momento que a autorização para doação é solicitada.
A reportagem da Agência Brasil afirma que cada doador é capaz de salvar, em média, oito vidas. Uma delas foi a de Thiago Oliveira, de 36 anos, que recebeu um transplante de rim em 2018, após 11 meses de tratamento para insuficiência renal crônica. “Uma família teve a consciência de doar os órgãos de um familiar querido num momento de dor para salvar a minha vida, isso fez com que eu pudesse voltar a viver e a sonhar”, conta, em depoimento ao JP3. Thiago deixou de fazer parte da lista de pessoas que aguardam por um transplante renal; outras 26 mil vidas esperam por uma segunda chance.
Como a doação é feita mediante autorização da família do paciente, é fundamental que os interessados em doar seus órgãos após a morte avisem seus parentes e deixem clara essa vontade. Thiago é uma das pessoas que pode retomar sua vida graças à solidariedade de outras. “Acredito que essa atitude seja a mais pura empatia, pensar no próximo mesmo sem saber quem é essa pessoa. Gostaria muito que todos tivessem consciência da importância da doação de óorgãos para que mais pessoas pudessem ter uma vida mais próxima do ‘normal’”.
As reportagens sobre doação de órgãos foram feitas pelo G1 e pela Agência Brasil. As informações a respeito dos projetos de lei sobre doação de órgãos estão no site da Câmara.
postado por Júlia Mayumi Oliveira
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