Por Júlia Mayumi Oliveira
No último sábado (24), a AJ João Mendes realizou o curso “O jornalismo e a liberdade de imprensa em tempos de fake news”, ministrado pela Professora Luciana Garbin Santos, editora de Planejamento do Estadão e docente da Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP).
Assim como diversas áreas, o jornalismo passou por uma série de transformações nos últimos anos. A internet trouxe maior democratização no acesso aos fatos, que antes era controlado pelos jornais. Se, por um lado, o público está cada vez mais crítico, o surgimento de novas plataformas e ferramentas digitais também trouxe problemas, como o aumento da desconfiança dos leitores. A enorme quantidade de fontes de informação faz com que seja difícil decidir em quem acreditar; além disso, enquanto é relativamente fácil entender quem são os grandes veículos – sua história, seus objetivos e seus patrocinadores -, produtores de conteúdo na internet muitas vezes não são conhecidos para além do que escrevem nas redes sociais – não se sabe quais são as motivações daquelas pessoas e, muito menos, como é produzida aquela postagem.
É nesse contexto que a desinformação encontra terreno fértil. É muito fácil produzir e divulgar fake news na internet – bastam apenas alguns cliques. Uma das maiores dificuldades em combater esse tipo de conteúdo reside na insistência de figuras de autoridade em compartilhá-lo; ao fazerem isso, pessoas que apoiam as ideias dessas personalidades acreditam nas fake news sem hesitação. Essa situação se relaciona diretamente com o fenômeno das bolhas criadas pelas redes sociais – os algoritmos funcionam de forma a entregar somente conteúdos que se alinhem com a visão de mundo do usuário, o que dificulta a diversidade de pensamento e desestimula a tolerância para com o diferente.
Nesse cenário, é importantíssimo defender a liberdade de imprensa. Fundamental em uma sociedade democrática por permitir o pluralismo de ideias, esse direito possibilita a fiscalização das atividades dos Três Poderes pelos veículos de comunicação, informando a população e viabilizando reivindicações de garantias constitucionais.
O jornalismo foi, ao longo de sua história, se reinventando e se adequando às necessidades do momento. E o presente não é diferente: a produção para a internet, que mudou depois da reportagem Snow Fall feita pelo New York Times em 2013, alcança cada vez mais pessoas e sobrevive às crises financeiras que atingem redações país afora.

Imagem de abertura da reportagem “Snow Fall”, produzida pelo New York Times, que mudou a forma como se produzia notícia na internet no início dos anos 2010.
Equilibrando uma análise ponderada e didática com deliciosas anedotas de sua carreira, a palestra da Professora Luciana Garbin deixa, entre outras, uma mensagem importante: para qualquer área, é importante se atentar às necessidades do presente e se livrar dos preconceitos, se o objetivo for realizar um bom trabalho.
Postado por Júlia Mayumi Oliveira
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