por Fernanda Aparecida Lopes Balthazar
A Série Vaga-Lume, amada por leitores de todas as idades, reúne os clássicos da literatura juvenil brasileira, dentre os quais, o “O Escaravelho do Diabo”, livro a ser aqui apresentado.
Escrita por Lúcia Machado de Almeida, pesquisadora da cultura brasileira e jornalista, a referida obra veio a ser publicada em 1953 – originalmente, em capítulos, na revista “O Cruzeiro”, sendo republicada em 1974 pela Série Vaga-Lume, por meio da qual alcançou maior sucesso. A narrativa se passa na pequena cidade de Vista Alegre, no interior de São Paulo, e o mistério que sonda a região é desencadeado a partir da ocorrência de peculiares assassinatos de pessoas ruivas – as vítimas recebem um escaravelho antes de serem assassinadas e essa é a única pista da qual Alberto, irmão da primeira vítima e personagem no qual a história é centrada, dispõe para chegar ao criminoso, juntando-se à equipe do Inspetor Pimentel na caçada.
Tal aspecto intrigante que compõe a atmosfera de mistério que paira em torno da narrativa é esclarecido quando Alberto apura a relação que os escaravelhos, enviados às vítimas alguns dias antes de sua morte, guardam com os crimes. Uma vez desvendado que os nomes científicos dos referidos insetos indicam a causa mortis dos ruivos, sendo, portanto, a “assinatura do crime”, esse elemento é, em si, a chave de todo o enigma investigado pelo protagonista, o que possibilita um modo de impedir que o assassino continue a eliminar os demais alvos.

Ademais, nota-se que esse clássico da literatura nacional foi o primeiro livro da Série Vaga-Lume a ganhar uma adaptação para o cinema, lançada em 2016. Dirigido por Carlo Milani, o longa-metragem não segue o enredo original à risca, de modo que, a título de comparação, os fãs da obra podem se decepcionar, haja vista que a adaptação se baseou apenas na essência da história – isto é, a ocorrência de misteriosos assassinatos de pessoas ruivas, anunciados pelos besouros cujas espécies indicam a maneira pela qual cada uma delas morrerá –, suprimindo personagens importantes e introduzindo outros conflitos que descaracterizam a obra, tornando-a incipiente. É interessante, contudo, que se assista ao filme pelo entretenimento.
Cumpre consignar, ainda, que a obra sugerida no presente texto é um thriller de suspense sem qualquer apelação ou exagero, uma vez que as cenas são dinâmicas e habilmente elaboradas, sendo desenvolvidas de modo rápido e perspicaz a fim de acompanhar a sensação de anseio pela descoberta do assassino, tornando a leitura fluida. Assim, apreende-se que, por usufruir de uma leitura rápida, imersiva e marcante, “O Escaravelho do Diabo” se consagrou como um clássico juvenil que marcou gerações. Aos leitores assíduos e mesmo àqueles que não leem regularmente, é uma obra que, certamente, deve ser lida e apreciada, ao menos, uma vez na vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
“O Escaravelho do Diabo”, Lúcia Machado de Almeida (28. ed., 2015, Ática).
“O Escaravelho do Diabo”. Publicado no Portal Literal, em 26 de maio de 2019.
Publicado por Fernanda Aparecida Lopes Balthazar
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