Por Ana Clara P.S.M.O.
Dando continuidade à nossa coluna de apresentação dos professores da Faculdade de Direito, a publicação de hoje é dedicada à carreira e atuação do professor Edson Luz Knippel.
Graduado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP), é também Doutor e Mestre em Direito das Relações Sociais (Direito Processual Penal) pela mesma instituição. Seu mestrado e tese de doutorado foram voltados para a questão da violência doméstica, temática também de um de seus grupos de estudo, conforme será mencionado mais adiante.
Já foi professor da Faculdade de Direito do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) e Coordenador da Área de Direito do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação dessa instituição, bem como lecionou na Escola de Direito da Universidade Anhembi Morumbi. Atualmente, é Professor da Escola Superior de Advocacia (ESA) e na ATAME – Pós-Graduação e Cursos, lecionando no Curso de Pós-Graduação em Direito Penal e Processual Penal.
Na nossa Faculdade de Direito, Knippel leciona as matérias de Crimes contra a Pessoa e a Dignidade Sexual (4º semestre), Laboratório de Prática Jurídica (7º semestre) e Direito Penal e Econômico – Parte Especial (10º), além de ser Professor também do Curso de Pós-Graduação em Direito Penal e Processual Penal.
A participação do professor Knippel na área acadêmica não se limita às salas de aula, tendo uma grande participação na área de pesquisa, inclusive sempre estimulando os alunos a se dedicarem à produção científica ainda na graduação. Nesse sentido, é coordenador dos grupos de estudo “Fundamentos do Processo Penal Constitucional” e “Grupo de Estudos e Oficina – Prevenção e Enfrentamento à Violência Contra a Mulher” (um dos mais concorridos da Faculdade), além de, mais recentemente, “Observatório das Decisões Judiciais relativas a Pedidos de Liberdade no Período da Pandemia do COVID-19”.
Ainda na área acadêmica, é orientador de trabalhos de iniciação à pesquisa, autor de diversos artigos, e foi pesquisador do Instituto Latino Americano de Prevenção Ao Crime E Tratamento do Delinquente (ILANUD – ONU/BR). É também autor de diversas obras, com destaque para Prática Penal (2017) e Vade Mecum Prática: Penal (2015).
Atua como palestrante, congressista, e advoga no escritório Knippel Advogados Associados, especializado em Direito Penal Empresarial, do qual é sócio fundador desde 1999. Em razão de seu excelente trabalho na área, é constantemente reconhecido e convidado a dar entrevistas sobre o assunto.
Extremamente acessível aos alunos e sempre disponível para auxiliá-los como possível, o Professor Edson Knippel é também bastante ativo nas redes sociais. Recentemente, passou a realizar diversas dinâmicas e produzir ainda mais conteúdo especialmente no Instagram. São diários os quizzes a respeito de matérias do direito penal, atualidades e cultura brasileira – sem contar os vinhos, uma de suas paixões ao lado do samba.
Para completar essa matéria, o JP3 fez uma entrevista com o Professor Knippel, abordando assuntos como escolha de carreira, dicas e desafios da área. Confira abaixo!
JP3: Como foi a decisão de atuar com Direito Penal? É algo que você sempre quis fazer?
PROF. KNIPPEL: Antes de prestar vestibular eu sabia que queria ser professor e a matéria criminal sempre me interessou muito. Nunca fiz estágio em outra área. Creio que tenha sido natural. Nunca me vi e nem vejo atuando em outra área. Fiz estágio na PAJ (atual Defensoria Pública) e no MP, sempre na área criminal. Creio que o fato de lidar com o ser humano, bem como a necessidade de um olhar humanizado sobre os crimes e as penas e consequentemente sobre a liberdade, tenha me influenciado muito.
JP3: Quais são os maiores desafios de abrir e manter seu próprio escritório?
PROF. KNIPPEL: A decisão de abrir um escritório deve ser bem pensada. Não pode abrir um escritório com estrutura maior do que necessita. Primeiro vem o cliente, depois a estrutura. O inverso geralmente não funciona. Precisa desde sempre se apresentar como advogado(a). Seja pessoalmente, distribuindo cartão, seja com site e participação em redes sociais. Isso no começo é muito importante. E também focar em uma área específica. No começo terá que atender de tudo, mas o foco deve ser para uma área específica.
JP3: Em relação a área acadêmica, você pode falar um pouquinho sobre sua linha de pesquisa atual?
PROF. KNIPPEL: Fui advogado do Escritório Modelo da Faculdade de Direito da PUC/SP e lá atendíamos na área criminal crianças, adolescentes, idosos e mulheres em situação de violência. Isso impactou na escolha e no recorte do meu tema da dissertação de mestrado e da tese de doutorado. Minha linha de pesquisa é estudar a prevenção e o enfrentamento à violência contra a mulher. Os instrumentos legais existem, mas é necessário torná-los efetivos. O desafio reside em como buscar essa efetividade.
JP3: Como foi a sua primeira experiência dando aula? Alguma dica para os alunos que querem ser professores?
PROF. KNIPPEL: Minha primeira aula foi como monitor, quando estava no 4º ano, na Faculdade de Direito da PUC/SP. A aula foi sobre pena de multa. Depois disso me tornei assistente e comecei a dar aula como professor contratado na FMU, em 2002. Quem me contratou foi o Professor Marco Antonio de Barros. Devo a ele essa primeira oportunidade. Quem quer ser docente deve estudar e pesquisar. Ser monitor, fazer iniciação científica e participar de grupos de estudos e de pesquisa são excelentes oportunidades para desenvolver o raciocínio e a própria oratória.
JP3: Na sua visão, quais as principais tendências do Direito Penal brasileiro no futuro próximo e os desafios para quem quer trabalhar na área?
PROF. KNIPPEL: Infelizmente a tendência é de recrudescimento. Está cada vez mais forte a ideia de que criar novas figuras penais e aumentar penas funciona como um antídoto para o “combate” ao crime. É um ledo engano que ainda não foi assimilado pela nossa sociedade, que muitas vezes clama por uma conduta punitivista do Estado. O desafio é efetivar direitos e garantias constitucionais que até hoje não encontram eco em decisões judiciais. O garantismo penal não deve ser um discurso. Deve ser vivenciado na prática.
Publicado por Ana Clara P.S.M.O.
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