Por Isabel Sousa
Com a popularização dos movimentos identitários e sociais, como é o caso do movimento LGBTQIA+, conquistamos espaço na luta para exigir representatividade nos meios de comunicação, e, para a organização enquanto forma de luta, isso é ótimo. De acordo com a conceituação de Nancy Fraser, a diferenciação social pela sexualidade apresenta como remédio a política de reconhecimento, uma vez que o preconceito que tal movimento sofre está enraizado na estrutura cultural-valorativa da sociedade.
Então, estamos conquistando espaço. Mas até onde?
O mês de junho, por conta da comemoração no dia 28 do dia internacional do orgulho LGBT+, é reconhecido como o mês da causa e, assim, ganhamos ainda mais visibilidade e há um foco coletivo no tema. Claro, o capitalismo não deixaria tal visibilidade passar.
Por meio de uma representatividade fingida e uma pretensão de apoio, vemos de forma escancarada como o marketing das empresas simplesmente ficam coloridos, com as cores da bandeira LGBT+, durante o mês de junho. Trocam os fundos dos logos, lançam edições comemorativas de produtos, mas o apoio real à causa não é feito.
Não é um evento isolado. Em março, com o dia das mulheres, todas as marcas mostram como as mulheres são fortes; em novembro, todos querem falar sobre como não são racistas. Mas, só quem faz parte dos grupos e vive todos os outros dias sendo mulher, LGBTQIA+ e negro/a sabe que são essas grandes empresas que não contratam minorias, que promovem um ambiente de trabalho hostil e preconceituoso, e, muitas vezes, ainda são descaradamente preconceituosos.
O movimento de reconhecimento e construção de identidade pelo qual precisamos lutar começa no individual e permeia o coletivo de forma autônoma e não visando lucro. Nossa identidade não pode ser comercializada e destituída de seus princípios e valores.
Com luta, amor e resistência,
Coletivo Cassandra Rios
Publicado por Vitória Cruz
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