Por Ariel Bona
Na época dos vestibulares, sabendo que era trans, nunca pensei no Mackenzie como uma boa opção. Pelo simples motivo de ser uma universidade presbiteriana e de os alunos terem má fama. Nunca foi sobre a capacidade dos profissionais, a estrutura da universidade ou a vida acadêmica.
No entanto, quase 4 anos após ter ingressado aqui, não me arrependi em nenhum momento.
Quando entrei, ainda não possuía os documentos retificados e precisava do nome social na carteirinha, chamada e login. Fui recebido tranquilamente na secretaria geral e, em menos de 10 minutos, o requerimento estava pronto. Como fiz o requerimento 2 semanas antes das aulas começarem, a primeira carteirinha que chegou constava o nome morto, mas só porque eles mandaram fazer antes do meu requerimento.
Os professores, sem nenhuma exceção, me tratam como Ariel e nunca me desrespeitaram. Inclusive, quando o cartório se recusou a mudar meu nome na certidão de nascimento, foram os professores Camillo, Mariângela e Madeira que me auxiliaram para convencê-lo a fazer, sem precisar passar por processo judicial ou denúncia.
Fiz grandes amigos na faculdade e todos me respeitam e me tratam como devem, independente de religião.
É impossível não comparar meu rendimento e determinação da época do ensino médio e graduação, pois há um abismo de diferença. A permanência na faculdade para estudantes LGBTQIAP+ é muito mais do que transporte, alimentação e acesso ao material requerido. É sobre receber o devido respeito, sobre ter seus direitos reafirmados, sobre encontrar uma rede de apoio.
Aqui, a minha rede de apoio e de tantos outros é o Coletivo Cassandra Rios, para além dos professores simpatizantes e amigos. É fundamental ter pessoas para ser sincero sobre suas angústias e ansiedades, além de ter pessoas iguais a você, que experienciam o mesmo preconceito e vivência que você, o acolhimento e empatia são verdadeiramente legítimos.
Publicado por Vitória Cruz
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