Por Isabela da Silva Aquino
O filme aborda um caráter social típico, representado pela temática do cinema brasileiro, por buscar apresentar de fato, realidades vividas por cada região e por cada classe social, para assim, gerar um despertar crítico a respeito da veracidade social e por conseguinte, criar uma visão mais justa aos menos favorecidos. Tal reflexão e posicionamento crítico traz à tona a manutenção de contextos históricos, construídos pelos antepassados, que hoje, vêm sendo questionados pelo entendimento que adquirimos e a sensibilidade de alguns em se colocar na posição do próximo e de fato, sentir a necessidade de reivindicar lutas sociais, se torna um dos principais objetivos para tentar alcançar a igualdade.
O enredo aborda a realidade vivida nas comunidades por diversos aspectos associados historicamente ao mundo do crime e injustiças enraizadas por um reflexo da desigualdade social instaurada no mundo, em especial no Brasil, que se apresenta como uma situação alarmante.
Repleto de violência e assuntos de grande relevância para a discussão, o abandono, a marginalização, a falta de oportunidade, e a desesperança causam em nós, telespectadores, indignação para com o sistema e com a própria ressocialização que a sociedade não exerce em prol dos necessitados, que usam o crime como uma das válvulas de escape.
A obra “O Cortiço” retrata de forma clara os mesmo destinos que os personagens tomam, justamente pela marginalização imposta à força pelos poderosos. O livro faz uma dura crítica pública ao denunciar preconceitos raciais e a exploração do homem pelo homem. Contudo, para relacionar a temática do filme “A última parada 174” para o autor de Leviatã, Thomas Hobbes afirma que o homem é egoísta, mau e violento por natureza representada na frase “o homem é o lobo do homem”, logo, com a ruptura deste pensamento, compete à sociedade contornar isso, com a instauração do “contrato social” que caracteriza o acordo entre as partes em busca da harmonia social, todavia, com o desequilíbrio causado pelos interesses individuais de uma das partes, gera este conflito interno e por conseguinte a disparidade social.
Deste modo, os próprios personagens demonstram vontade para sair da situação da miséria e ir em busca do sucesso, através de talentos natos. Logo, a falta de oportunidade e auxílio básico os impedem de prosseguir de forma justa, optando pela vida de obter dinheiro da maneira “fácil” mas esquecem de analisar os possíveis destinos desta escolha, o que é representado por uma das falas de um protagonista “cadeia ou caixão”.
Portanto, o que se tira de reflexão deste longa-metragem é o fato da sociedade acolher de forma integral a causa, e lutar para tentar mudar a realidade de muitos periféricos, ao passo que a questão abordada no livro “O cortiço”, caracterizada pelo determinismo, ou seja, o meio determinando o comportamento humano seja dispensável ao se tratar de marginalizados serem apresentados como delinquentes a partir de suas condições sociais, à medida que possibilite a inserção desses indivíduos no meio comunitário e gere viabilidade para o sucesso individual de cada cidadão ao procurar desenvolver uma vida digna e correta perante os conceitos morais comuns.
Publicado por Isabela da Silva Aquino
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