Por Ana Clara P.S.M.O.
O dia 29 de outubro é considerado o dia nacional do livro em homenagem à data de inauguração da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, que se deu em 29 de outubro de 1810.
Na época, com a vinda da família real ao Brasil, foi trazido e lá armazenado um grande acervo da Real Biblioteca Portuguesa. Hoje, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro possui um acervo de aproximadamente 10 milhões de itens, sendo, inclusive, considerada uma das principais bibliotecas nacionais do mundo pela UNESCO e a maior da América Latina.
Apesar dessa grandiosidade representada no acervo da biblioteca, o Brasil sempre teve grandes dificuldades em relação ao hábito de leitura de seus cidadãos. Nos últimos 4 anos, o país perdeu mais de 4,6 milhões de leitores de acordo com a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, realizada pelo Instituto Pró Livro em parceria com o Itaú Cultura.
Em relação à parte da população não leitora, ou seja, cidadãos com mais de 5 anos de idade que, nos últimos 3 meses anteriores à pesquisa, não haviam lido nenhum livro, estes representam quase a metade da população brasileira, 48%. A pesquisa aponta, ainda, que em média o brasileiro lê aproximadamente 5 livros por ano e apenas metade deles até o final.
Os livros são uma das principais formas de se aproximar e entender a cultura, educação e aquisição de conhecimento no geral. Além de ajudar com questões práticas como expansão de vocabulário, auxilia também com questões psicológicas como o próprio exercício da empatia.
Contudo, historicamente eram poucas as pessoas que tinham acesso aos livros e, consequentemente, ao próprio conhecimento. Antes restrito apenas aos homens nobres ou ao clérigo, foi com a introdução da técnica da prensa móvel no século XV, antes já descoberta na China, que o alemão Johannes Gutenberg permitiu a reprodução em massa desse bem e sua consequente popularização.
Muitos anos depois, apesar da melhora e da evolução das técnicas de popularização do livro e facilitação de acesso a esse tipo de obra, ainda estamos longe de uma situação ideal no tocante à leitura.
Especificamente no contexto nacional, recentemente os livros foram alvo de uma absurda proposta de mudança tributária que acabaria com a isenção garantida pela própria Constituição Federal em seu artigo 150, inciso VI, item “d”, e taxaria os livros em 12%.
Muitas foram as manifestações contra essa proposta inconstitucional, mas o simples fato de ter sido apresentada evidencia o longo caminho que temos a percorrer para garantir o acesso à cultura e conhecimento pela própria população e da luta para difundir cada vez mais seu acesso.
Portanto, em comemoração ao dia nacional do livro e como uma forma de estímulo ao próprio hábito da leitura em si, confira abaixo uma lista dos livros nacionais que já foram indicados por nossos professores ao longo de dois anos na nossa coluna Biblioteca Mackenzista.
- “Estupro: crime ou cortesia?”, de Silvia Pimentel, Ana Lúcia P. Schritzmeyer e Valéria Pandjiardjian (indicação do Porf. Edson Knippel)
- “Holocausto brasileiro”, de Daniela Arbex (indicação da Prof. Jéssica Pascoal)
- “O Poder de Controle na Sociedade Anônima”, de Fábio Konder Comparato (indicação do Prof. Pedro Ramunno)
- “Cidadania no Brasil: O longo caminho”, de José Murilo de Carvalho (indicação da Prof. Michelle Asato)
- “Holocausto Brasileiro”, “Cova 312” e “Todo dia a mesma noite”, os três de Daniela Arbex (indicações da Prof. Michelle Asato)
- “Escravidão”, de Laurentino Gomes (indicação da Prof. Michelle Asato)
- “Os Princípios Constitucionais Penais”, de Luiz Luisi (indicação do Prof. André Boiani e Azevedo)
- “Princípios básicos de Direito Penal”, de Francisco de Assis Toledo (indicação do Prof. André Boiani e Azevedo)
A coluna com demais matérias e indicações pode ser acessada aqui.
Publicado por Ana Clara P.S.M.O.
Fontes:
https://www.todamateria.com.br/dia-nacional-do-livro/
https://www.bn.gov.br/sobre-bn/apresentacao
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-funcionava-a-prensa-de-gutenberg/
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