“Invocação do Mal 4”: um final emocionante para a maior saga de terror dos últimos tempos

*Sem spoilers!

Ainda não chegou o mês de outubro, mas os amantes do terror já têm um grande motivo para comemorar. Estreou em 04 de setembro nos cinemas brasileiros “Invocação do Mal 4: O Último Ritual”,  capítulo final da consagrada franquia de horror sobrenatural. Baseado em fatos reais e no livro “Ed & Lorraine Warren: Vidas Eternas”, de Robert Curran, o filme acompanha o casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren em um dos casos mais determinantes de suas carreiras.

Tive a oportunidade de assistir ao filme ainda na estreia, e, posso afirmar que ele está entre os meus favoritos da saga, rivalizando diretamente com “Invocação do Mal 2” – caso de Enfield. A atmosfera é carregada de tensão do início ao fim, a trilha sonora retorna com força para acentuar o clima macabro, e até mesmo a icônica Annabelle faz uma aparição especial, reforçando a interconexão do chamado “invocaverso”. Contudo, mesmo sendo uma produção de terror, o filme foi pensado e produzido para os amantes desse universo, trazendo como base, além de todo o suspense e medo, um desfecho sobre a história do casal e da franquia, de modo que há a presença marcante de tópicos como família e amor. Dessa forma, além de acalentar o coração dos fãs, o final é reconfortante e apropriado. 

O grande diferencial deste quarto e último capítulo está na escolha do caso investigado. A trama é inspirada na suposta assombração vivida pela família Smurl, que morava no subúrbio pacato de West Pittston/Pensilvânia, na década de 1980. Jack e Janet Smurl se mudaram com as quatro filhas, Heather, Dawn, Carin e Shannon, para um duplex aparentemente comum, mas logo começaram a relatar fenômenos inexplicáveis. O que teve início com um incidente isolado – luminária que caiu do teto e feriu uma das crianças – se transformou rapidamente em verdadeiro pesadelo.

Fonte: Janet e Jack Smurl com Carin e Sharon na varanda de sua casa.
(Bettmann Archive/Getty Images)

Segundo os relatos, por volta de um ano e meio, a família teria presenciado uma série de manifestações sobrenaturais, que iam desde gritos ecoando pela casa e cheiros estranhos, objetos se movendo sozinhos, e o cachorro sendo arremessado contra a parede, além das inúmeras  agressões físicas  contra as filhas e a família. A situação tornou-se tão desesperadora que, após tentativas sem sucesso de exorcismo, os Smurl decidiram tornar público o drama, como forma  de ajuda. 

Nesse contexto, o caso ganhou ampla repercussão na mídia norte-americana, rendendo entrevistas em programas de TV e cobertura constante da imprensa, até chegar ao conhecimento dos demonologistas já conhecidos por outros episódios que inspiraram a franquia, que então entraram em cena.

Fonte: Ed e Lorraine conversando com a imprensa na casa dos Smurl.
(AP Photo/Wilkes-Barre Times Leader/Carolyn Bauman)

De acordo com a organização fundada por eles, a residência dos Smurl teria sido invadida por quatro entidades espirituais distintas, sendo elas: uma idosa, uma jovem agressiva, um homem que teria morrido na casa e, por trás de todos, um demônio que manipulava os demais para destruir a família.

No filme, esse material serve de pano de fundo para uma narrativa ao mesmo tempo intensa e envolvente. Como explicou o produtor Peter Safran, esse caso sempre esteve no radar por sua fama e singularidade, mas só agora foi transformado em roteiro. Safran também destaca que a produção explora não apenas os elementos sobrenaturais, mas também os efeitos psicológicos sobre a filha dos Warren, Judy.

Introduzida ainda criança nos primeiros filmes, agora ela aparece adulta,  trazendo consigo seus próprios dilemas, prestes a casar e assumindo a responsabilidade de auxiliar os pais a livrar a família Smurl das forças sobrenaturais que a atormentam. Herdando o dom de mediunidade de sua mãe, esse amadurecimento adiciona uma camada emocional ao enredo, trazendo à tona reflexões sobre o papel dos pais, os limites da proteção familiar e a passagem de responsabilidades entre gerações.

Para os fãs da franquia, “Invocação do Mal 4: O Último Ritual” é um desfecho digno,  com a proposta de encerrar a trajetória dos Warren nas telonas, com uma obra que combina a já conhecida fórmula do “invocaverso” – sustos bem construídos, atmosfera opressiva e dilemas humanos – com a força de uma trama baseada em acontecimentos supostamente reais. A direção conduz o espectador por uma experiência de horror crescente, em que o suspense nunca perde o ritmo e o drama familiar confere profundidade à narrativa.

Por sua vez, para os entusiastas do gênero, é também oportunidade de vivenciar o terror em sua forma mais clássica, ou seja, aquele que nos deixa em dúvida sobre onde termina a ficção e começa a realidade.

Não percam a oportunidade de assistir, porque a última invocação vai arrepiar até os que se acham destemidos!

Por Manoela Muniz de Almeida


Referências:

CORDARO, Aline Carlin. Conheça a história real da família Smurl, que inspirou Invocação do Mal: O Último Ritual. Rolling Stone Brasil, 2025. Disponível em: https://rollingstone.com.br/cinema/conheca-a-historia-real-da-familia-smurl-que-inspirou-invocacao-do-mal-o-ultimo-ritual/.

SANTOS, Larissa. O caso real por trás de “Invocação do Mal 4: O Último Ritual”. CNN Brasil, 2025. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/entretenimento/o-caso-real-por-tras-de-invocacao-do-mal-4-o-ultimo-ritual/.  

WANG, Mel. “The Conjuring: Last Rites”, Producer Peter Safran isn’t a skeptic anymore. Rolling Stone Philippines, 2025. Disponível em: https://rollingstonephilippines.com/culture/film-tv/the-conjuring-last-rites-peter-safran-interview/.

Imagem em destaque retirada da página do Instagram da Warner Bros. Brasil (https://www.instagram.com/p/DMyPamfSKHr/).


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