Uma despedida aberta

Nota do Autor:

Desde que eu comecei o meu primeiro estagio eu queria escrever sobre ele. Sinceramente, achava que seria algo menos “pessoal”. Talvez algo como: Um breve relato de como eu achei o meu primeiro dia assustador, ou uma crônica baseada em uma das inúmeras situações “inusitadas” que experienciei lá, tipo aquela vez que um nigeriano rogou praga na JBS por causa do nosso “descaso” e da nossa “corrupção”, sim isso aconteceu de verdade!

Apesar dessas minhas expectativas este foi o meu primeiro texto, escrito em uma longa e reflexiva viagem de metrô.

Uma despedida aberta:

Por onde começar.., eu repito o que disse antes de ir:”eu não sou bom com estas coisas”. Apesar disso…, não quero que fique por isso, porque se não nunca irão saber o quanto significaram para mim. 

Vamos começar pelos primórdios! 

Há cerca de 4,5 bilhões de anos, a partir da união de partículas cósmicas..,não tanto assim! A três quatro meses atrás, quando começava o meu primeiro estágio, eu realmente não sabia o que esperar, eu nem achava que ia durar, sinceramente. Afinal de contas, eu nem sabia se estava no curso correto! Aquela primeira semana não foi fácil. Eu me sentia um náufrago em uma terra desconhecida, este sentimento me fez contemplar largar o estágio e o curso! Mas, ao invés de ceder aos meus mais desesperados ímpetos, eu decidi ficar e ver o que ocorreria. 

Aos poucos, com o passar dos dias,  das semanas e dos meses, comecei, incrivelmente, a sentir algo que nem na minha própria sala eu sentia. Parte de um grupo. Não negarei que como todo “bom” ser humano eu tinha meus favoritos,  qualquer um que diga o contrário está mentindo para seu interlocutor e para si mesmo,  de qualquer forma, não direi quem são, apenas vou digitar suas iniciais e uma mensagem. 

M: Obrigado não é o bastante para dizer o quão grato eu sou por como você me recebeu.  Não vou mentir que, no início, eu achava o seu jeitinho apavorante e irritante, mas com o tempo passei a não apenas compreendê-la mas, por mais incrível que pareça,  gostar.

G: O que dizer sobre você, meu velho? Um mero obrigado e um “boa sorte” não bastam! Da sua maneira simples e informal, você conseguiu fazer um mala que nem eu não apenas rir, mas a fazer o que tinha que ser feito,  nem que isso significasse me mandar para uma “cilada”

I: Com o seu jeito, se me permite dizer, mandão e irônico, você não apenas comandava, mas também ensinava, à sua maneira! Digo sem pensar duas vezes que se não fosse por você eu não conseguiria fazer metade do pouco que faço! Pela falta de uma palavras melhores escrevo, apenas, “obrigado por tudo.”

Neste momento, me aproximo do fim desta despedida,  e gostaria em um movimento que alguns chamariam de auto piedade narrar meus sentimentos, hoje, o dia da despedida. 

Cheguei no escritório em cima da hora, como venho fazendo todas as tardes dos últimos meses,  mal havia chegado e o local já estava a 100%. Estagiários, velhos e novos, de um lado para o outro fazendo o que tinha de ser feito. Eu me acomodei em um canto e lá fiquei a maior parte do dia, o tempo foi passando e uma agonia começou a brotar no meu peito. De início achei que fosse a solidão do meu canto, mas conforme o tempo foi passando e minha miséria aumentando  percebi que era à saudade, a agonia pela partida daqueles que não haviam ainda me deixado. 

E com essa dor no peito, que causou menção a lágrimas no elevador,  que os deixei para o futuro brilhante que os espera. Tendo na hora da despedida me mantido praticamente em silêncio, apesar de terem me abraçado, salvo por um “eu não sou bom com estas coisas…”

P.S. Eu não abracei Mar. de propósito! Nunca fomos próximos, não ia ser agora que seríamos.  Eu também achava ela meio mala.

Escrito por Lilla


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