São Paulo, 8 de fevereiro (quarta-feira), 12h15. Você acaba de sair da faculdade depois de uma manhã cansativa e vai a uma praça de alimentação. Assim como você, muitos outros alunos tiveram a mesma ideia e, por isso, a praça está tão cheia. Pega uma fila enorme e tem até dificuldade para encontrar uma mesa. Após a refeição, você deixa aquela multidão para trás. Essa mesma situação se repete todos os dias e todas as vezes a praça de alimentação está lotada.
Não é engraçado pensar que, na sua cabeça, o lugar vai estar sempre cheio? Como se aquela cena se repetisse em um looping infinito na sua mente toda vez que pensar nessa praça de alimentação? Que é quase impossível imaginar aquele lugar fechado ou então falido?
Essa é uma questão de perspectiva.
Assim como no exemplo acima, nosso cérebro não consegue formar imagens que ainda não tenha visto, levando a uma visão equivocada da realidade. Por essa razão, cada um de nós, seres humanos, formamos diferentes mentalidades e opiniões sobre um mesmo fato que, na sua essência, é sempre igual.
Assim se estrutura a parcialidade.
Ser parcial não é só uma questão jurídica, mas, sobretudo, uma questão de vivência e de psicologia humana. É o mesmo mecanismo pelo qual sentimos certa estranheza ao rever um colega de escola que tínhamos perdido contato há anos e notar que esse colega mudou de aparência e até mesmo de personalidade. Apesar de racionalmente sabemos que as pessoas estão em constante transformação, esse tipo de interação ainda nos causa desconforto porque nossas mentes não conseguem imaginar algo que ainda não tenham visto, reproduzindo sempre aquilo que já conhecemos.
Exemplos como esse podem parecer banais, mas são pensamentos como esse, sem uso de senso crítico, que dão sustentação a problemas mais sérios, como preconceitos. Oi?! Vou explicar.
Se você nunca conheceu uma pessoa indígena, sua visão sobre tais povos está condicionada às representações deles em séries, filmes e livros que você consome. Sabemos que a maioria dos conteúdos mainstream – mais visualizados, populares – não têm a preocupação de transmitir uma visão realista das comunidades indígenas e, por essa razão, nossa imagem está contaminada por estereótipos e exageros meramente fictícios, levando a muitas falas e atos desrespeitosos ou que ferem os Direitos Humanos. Nesse caso, vemos uma perspectiva que, por natureza, é parcial, se tornar prejudicial.
Por isso, é preciso reconhecer nossas próprias limitações e buscar sempre o contato com visões de mundo diferentes da nossa. Como isso é possível? Ler um livro ou um texto é a melhor forma de enxergar o mundo sob as lentes de outra pessoa, sendo nesse caso, a perspectiva do autor. Mas basta um pequeno esforço para ouvir as perspectivas de indivíduos diferentes – seja uma avó ou uma pessoa no ônibus – para mudar nossos pontos de vista e, quem sabe, ver nossos problemas de maneira distanciada a ponto de enxergar soluções para eles. Que tal mudar um pouco de perspectiva hoje?
Publicado por Bruna Valêncio de Jesus Santos
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