Por Vitória Cruz
Quando não estamos lidando com situações de vida ou morte, quem somos nós?
Convenhamos, essa é uma pergunta abstrata demais… vamos destrinchar e entender qual é o questionamento por trás dessa indagação existencial: em um estado semi permanente de estabilidade — tanto emocional quanto espacial —, quem é você? No fim das contas, o ponto é descobrir quem somos nós além das nossas versões “resolvedoras de problemas”.
Agora, creio que vale a pena explicar de onde surgiu essa divagação. Em uma das minhas incalculáveis horas gastas naquele app que desliza para cima, topei com um vídeo de um moço simpático que falava sobre o novo filme do Homem Aranha. Em algum momento da narrativa cinematográfica, Peter Parker — nessa ocasião, interpretado pelo nosso pimpolho Tom Holland — chamava pelo herói amigão da vizinhança, já que se encontrava embaixo de escombros, se não me falha a memória.
Até aí tudo certo, muito provavelmente você acha que ele chamava por um dos outros colegas de uniforme aracnídeo… eu também achava isso. No entanto, para a surpresa dos telespectadores, ele chamava a si mesmo enquanto herói, já que não estava usando sua máscara. E é exatamente aí que surge a questão existencial que serve de fio condutor deste texto: Peter chama por uma das suas facetas como se fosse uma entidade à parte, como se ele invocasse os poderes heroicos que, em teoria, não lhe pertenciam.
Ok, temos um plano de fundo bem apresentado. Hora de mergulhar nas especulações do Isac Ness, o criador dessa teoria. Em situações extremas, como a encenada pelo galã inglês, tendemos a chamar por versões mais fortes, competentes, corajosas ou experientes de nós; vestimos uma máscara e personificamos tais características com o intuito de solucionar os problemas do mundo como quem se esforça para abrir um pote de geleia emperrado.
Mas, em um cenário completamente pacato e distante de qualquer interferência que perturbe a paz de espírito, quem é você? Seríamos nós simples amontoados de pseudônimos esperando por uma oportunidade para serem ativados? E se isso não acontecer, somos meros recipientes vazios? Ou será que, diferente das hipóteses anteriormente levantadas, somos seres que escolhem os papéis interpretados no dia a dia? Isso não faria de nós atores e atrizes em tempo integral?
Bem, não sei se concordo com qualquer suposição que expus a você. Honestamente, acho que se trata bem mais de uma junção de algumas dessas ideias, não de um conceito isolado e engessado. Creio que sejamos um acúmulo de experiências, sensações e memórias, algumas delas gravadas em nossos corpos e mentes com figurações humanas, como se fossem personagens em um livro de fantasia.
Em momentos de desespero e insegurança, recorremos a essas lembranças na esperança de canalizarmos forças uma vez afloradas para resolver os problemas do presente. Então, de certa forma, vestimos uma máscara… mas acredito que seja mais como uma maquiagem bem elaborada: às vezes, um delineado gráfico ou uma sombra colorida podem mudar o nosso humor drasticamente!
Publicado por Vitória Cruz
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Excelente narrativa sobre quem somos por trás do que as vezes, escondemos quem somos ! Parabéns!!
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