Podcast Modus Operandi

Por Larissa Sousa

Nos últimos anos, principalmente em 2021, por conta da pandemia, a audiência de podcasts aumentou bastante, tornando-se uma forma de entretenimento bem popular entre os brasileiros.  Diversos são os temas abordados pelos inúmeros podcasts existentes: sobre histórias reais, coletando fatos e depoimentos dos participantes, como o Projeto Humanos; sobre assuntos da atualidade, envolvendo desde política até bem-estar, como o podcast Mamilos; sendo que também existem diversos podcasts sobre temas jurídicos, como o Questionando Direito.

No final de 2019 surgiu o podcast modus operandi, feito pela Carola Moreira e pela Mabê Bonafé, abordando diversos temas relacionados a true crime, sendo um prato cheio para os estudantes de Direito. O podcast tem diversos modelos de episódios: os “episódios padrão” são sobre casos reais, por exemplo, sobre o serial killer Teddy Bundy, abordando sua história de vida, como começou a cometer os crimes e a forma como ocorreu seu julgamento; também existem episódios denominados “Casos bizarros”, nos quais os ouvintes mandam relatos sobre acontecimentos que ocorreram como cada um; e também temos os episódios chamados “FAQ”, do inglês Frequently Asked Questions, isto é, perguntas feitas frequentemente, nos quais são abordados diversos assuntos, como a psicologia por trás de um psicopata, ou sobre como é ser jurado no Brasil.

Com uma enorme quantidade de ouvintes, ficando entre os 10 podcasts mais ouvidos no Brasil em 2020, o modus operandi também tem uma série de vídeos no Youtube, produzidos em parceira com a Netflix, chamada “Além do Crime”, no qual a Carol e a Mabê falam um pouco sobre os documentários relacionados a true crime disponíveis no Netlflix. Com diversos jargões que os fãs do podcast esperam avidamente para ouvir nos episódios, como o “Até aí tudo bem”, da Mabé, ou o “Não façam teste de polígrafo”, da Carol, este podcast, além de proporcionar um entretenimento de altíssima qualidade, também contém um conteúdo extremamente relevante sobre como o Judiciário ao redor do mundo lida com os crimes.

O Jornal Prédio 3 entrevistou as criadoras do Modus Operandi, com perguntas voltadas não apenas para o ouvinte, mas também para os estudantes de Direito.

Via Instagram

1) Qual é o processo de seleção e elaboração de roteiro dos casos que serão tema dos episódios?

Quanto ao processo de seleção:
Com base nos conteúdos que a gente consome ou já consumiu, nos pedidos das pessoas, nos casos que foram mais notórios e naqueles que têm conteúdos audiovisuais que estão estreando nos streamings. 

Quanto ao roteiro:

Investigação com base em livros, muita pesquisa de reportagens sobre o caso, quando existem, e documentários, séries e filmes baseados. O processo é muito individual, cada caso é diferente. Por exemplo: em alguns casos a gente tem quase toda a repercussão em reportagens e matérias sobre, já em outros recorremos a livros e tem aqueles que têm menos informações, ou existem várias informações desencontradas aí a gente precisa investigar quais fontes estão mais próximas da realidade. 

2) O episódio com o Doutor Lauro é um sucesso entre os ouvintes, tanto pelo caso em si, quanto pela atuação dele como defensor público. Vocês têm projetos ou interesses em chamar mais profissionais do Direito (advogados, promotores, defensores etc.), para participar dos episódios?

A gente tem algumas ideias, mas por enquanto já fizemos isso nos episódios de FAQ, que é o programa de responder dúvidas da Carol Moreira dentro do podcast. Ela já levou diversos profissionais entre psicanalistas, psicólogos e psiquiatras para discutir alguns conceitos e dúvidas gerais. 

3) Uma das maiores críticas que vocês fazem ao longo dos episódios é sobre a forma como a mídia trata os casos, principalmente na forma de exposição das vítimas. Vocês acreditam que essa forma de tratamento tem alguma influência no desenvolvimento dos casos?

Com certeza. A forma que a mídia trata pode sim influenciar no desenvolvimento, bem como atrapalhar investigação, sugerir / influenciar testemunhas, influenciar a opinião pública, colocar em risco as pessoas envolvidas, e até pressionar a elucidação do caso, muitas vezes em detrimento de uma investigação profunda sobre o caso, para resolvê-lo de forma justa. Tantas pessoas são acusadas injustamente e até provar a inocência já tiveram suas vidas destruídas.

4) Um dos jargões do podcast é a fala da Carol dizendo que ela já foi jurada. Sobre o júri brasileiro, qual é a opinião de vocês?

Não me sinto confortável para dar uma resposta sobre isso porque meu conhecimento não é tão vasto nisso, talvez ouvir o episódio que a Carol comenta da experiência dela dê uma visibilidade das impressões dela e de como foi para ela, mas seria mais isso. 

Referências bibliográficas

“Audiência de podcasts no Brasil registra aumento de 33% em ano de pandemia”  Publicado no Globo, em  21 de janeiro de 2021 [ https://blogs.oglobo.globo.com/capital/post/audiencia-de podcast-cresce-33-em-ano-de pandemia.html#:~:text=No%20ano%20marcado%20pela%20pandemia,eram%2021%20milh%C3%B5es%20de%20ouvintes.]

Publicado por Larissa Sousa


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