Por Helena Maria Mariano P. N.
Diego Armando Maradona é com certeza um dos argentinos mais conhecidos do mundo inteiro e no último dia 25 de novembro a notícia de seu falecimento chocou e comoveu muitas pessoas. Desde pequeno, Maradona apresentava seus dons futebolísticos e, em 1977, com apenas 16 anos, estreou na seleção Argentina e, desde então, o “el pibe de oro” (“o garoto de ouro”) atraiu cada vez mais admiradores de todos os cantos do mundo.
Porém, esse astro não se limitou apenas ao campo de futebol, uma vez que se posicionou explicitamente em relação a diversas questões políticas. E é esse o seu grande diferencial, aquilo que o torna único, ele nunca se importou em fazer publicidade para manter bons ares com os poderosos. No mundo futebolístico isso é muito comum, há de citar como exemplo o próprio Pelé, que sempre se importou em manter a paz com todos e estar na mídia não por polêmicas, mas sim como um verdadeiro “garoto-propaganda” que não declara apoio a ninguém, muito menos a algum político.
Por outro lado, Maradona apoiava abertamente vários líderes políticos latinos, entre eles Fidel Castro, grande revolucionário cubano e Che Guevara, que, inclusive, foram homenageados eternamente através de uma tatuagem em seu corpo. O desenvolvimento de seus ideais revolucionários se deu através da viagem que ele realizou para Cuba a fim de tratar de sua dependência química.
Assim, Fidel, tão importante nesse momento do jogador, foi referenciado diversas vezes como o seu segundo pai, graças a todos os seus conselhos e suportes. Com toda essa reciprocidade e carinho entre os dois, fica impossível não dizer que foi coisa do destino ambos terem morrido no mesmo dia. O historiador marxista Jones Manoel, em razão da morte do jogador revolucionário, publicou em seu Twitter:
Esse comentário representa todo o sentimento que os admiradores têm não apenas do lado dos campos, mas também do lado político. Desde pequeno vivenciou as dificuldades de residir em um bairro pobre e sem condições básicas como é a Villa Fiorito e nunca se esqueceu disso, como muitas celebridades fazem. Desenvolvendo uma consciência de classe, Maradona foi e sempre será uma inspiração de cidadão latino-americano que, apesar de ser reconhecido mundialmente, estampava o sangue latino em qualquer lugar que fosse. Dessa maneira, juntando todo o prestígio e vivência dentro e fora dos campos, no dia 25 de novembro de 2020, Maradona se tornou imortal.
Referências
Diego Maradona Jogador de futebol argentino
Fidel como ‘segundo pai’ e tatuagem de Che: como Maradona se aproximou da esquerda latino-americana
Foto de capa: EFE/Cézaro De Luca
Luz, câmera, ação! Relembre Pelé como ator, cantor e garoto-propaganda
Publicado por Helena Maria Mariano P. N.
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Esse outro lado do Maradona é desconhecido para muitos de nós. Parabéns pelo artigo, Helena! Sucesso e avante!
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Parabéns pelo artigo Helena! Tive a oportunidade de conhecer mais sobre o Maradona neste seu maravilhoso texto! Ansioso por seu próximo texto!
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É impressionante o nível de desinformação e absurdos que a nossa geração fanfic replica como sendo fato e/ou verdade.
Pelo visto para a autora apenas importa a propaganda que serve os interesses nefastos da esquerda lacradora, uma vez que idolatrar regimes autoritários e ideias utópicas que ocasionam ditaduras comunistas é belo, moral e cult, porém, se ausentar de política e apenas praticar o esporte que você gosta ao invés de sinalizar virtudes com a galera é um crime. Faça-me o favor.
Os mesmos militantes esquerdistas de classe média que idolatram genocidas assassinos como Che Guevara e Fidel acreditam ter moral para também falar de direitos humanos, inclusão e benfeitorias para a humanidade, o exato oposto daquilo que é feito até hoje em Cuba.
Hipocrisia e seletivismo, como sempre, são de fato uma marca registrada dessa juventude hipócrita e mal informada, esta semana mesmo tivemos uma notícia dos artistas cuja liberdade de expressa é suprimida em Cuba, porém os revolucionários de condomínio seguem achando que revolucionam e fazem justiça social ao idolatrar figuras deploráveis como assassinos e genocidas. Porém, é inegável realmente o progresso que o “grande revolucionário cubano” trouxe com relação à igualdade e equidade, uma vez que ele e seu regime ditatorial executavam e prendiam igualmente todos que se opunham e se opõem a eles, até hoje. Maradona deixou um legado belíssimo e extenso no âmbito esportivo, porém, deixou muito a desejar em diversos outros aspectos como pessoa, e jamais podemos “fundir” a obra com o autor em casos como este, especialmente se tratando em apologia a assassinos draconianos erroneamente tido como heróis.
Pior é ver os desinformados aplaudidos absurdos tão grandes como estes. Afinal, se o regime cubano é tão bom, por quê eles precisam reprimir e suprimir as liberdades do próprio povo para manter seu status quo? Por quê tantas pessoas fogem de lá rumo ao capitalismo perverso e imperialista? Seria muito interessante se a autora passasse 1 ano no dito paraíso concebido pela figura que ela e o autor “marxista” tanto gostam.
(Espero que o JP3 não cerceie o debate e a livre expressão nos comentários.)
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Parabéns por mais um texto incrível Helena!
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