Texto do acadêmico Renan Andrade Rodrigues, ocupante da cadeira nº. 13 (Patrono Nelson Rodrigues), da Academia de Letras dos Estudantes da Universidade Mackenzie.
O riso, a rosa e o menino
Venho contar uma história
Que há pouco tempo vivi
Momentos que guardo na memória
Ensejo que nunca previ
Óh delicada moça culta,
Mais bela nunca vi!
Isto bem certo o sei eu
Que até mesmo morreria por ti
Mas esperai-me aí,
Sei que estávamos de partida…
Tornarei a abraçar-te um dia
Rever minha dama querida
A semana passou depressa,
Uma lástima para meu ser
Mas a saudade um dia cessa
Pois logo iremos nos rever
Embora o curto tempo vivido
Sei que ainda tenho crido
Para a glória de Cristo Bendito
Que já não sou mais um menino
Mas menino um dia fui eu
E o riso que escapou de mim
Fui suficiente enfim
Para poder encontrar o seu
A rosa da meia-noite roubada
Retirada de seu pequeno altar
Presente para a moça encantada
Para a qual eu só queria olhar
Mas rosa de plástico não equivale
Aquilo que reputo por ti
Nem que fosse de ouro, de prata ou de mármore
Custaria aquilo que senti
Senti que o presente da rosa roubada
Era flor para outra flor
No fundo não valia nada
O que vale mesmo é o amor
Era assim que os poetas declamavam?
Ou então seriam os cristãos?
“Se não tiver amor, nada serei.”
Se não tivermos Deus, somos órfãos
Mas em ti vi o reflexo divino
Que tão doce em mim se volveu
Fonte de luz com destino:
Para o menino que agora cresceu
E por que menino não sou mais eu?
Porque quando eu era menino, falava, sentia e pensava como um
Mas quando homem me tornei, a meninice se rendeu
Só para testemunhar o incomum
E o testemunho que agora tenho dito é esse:
Que neste momento mal nos vemos, e tu bem sabes desse impasse
A distância entre nós é grande,
Mas um dia nos veremos face a face
Encontrei em você o mesmo Deus que eu sirvo
E com alegria assim te escrevo:
Preciosa és tu aos meus olhos
Pois contigo perco meus medos
Ora, quem ama não teme mal algum
Pois no amor não existe receio
E o amor é o que temos em comum
Porque o amor é o elo perfeito
Ademais, o receio pressupõe punição
E punição é sempre castigo
Então guardo no peito a emoção
De querer sempre estar contigo
Neste elo se firma a verdade,
De que tudo sofre, tudo crê
E assim se revela a bondade
De viver qualquer coisa com você
Neste elo se firma a justiça,
Em que tudo espera, tudo suporta
Ele não busca interesse, nem cobiça
Só busca o eterno, que é aquilo que importa
Pois que proveito teria o homem
Se seu amor pelos queridos seus
Não refletisse o único nome?
Jesus: O próprio Filho de Deus
Assim tú és para mim, tal como descreve Salomão:
O seu valor mui excede o de finas joias
Nela confia o meu coração
Os curtos versos que aqui escrevo
Não podem traduzir os olhares trocados
Pois só de estar junto a ti me alegro
Ainda que estejamos calados
Grandes mentes já anunciaram,
Que o silêncio diz muitas coisas
E no dia que de mãos dadas estivemos
Não havia pressa em gastar prosas
A carta que por baixo da porta foi passada
Revelava os ares de um envergonhado,
“Como hei de chamar atenção de tão formosa dama
Se não tenho chance conquistá-la?”
Mas o sacrifício que faço é o de ser seu refém
Servir como Cristo serviu, se entregando por ela também.
“Que proveito terei eu sem amor?” é a pergunta que no eco se mantém
Pois de ti não espero mais nada, nada mais do que o ‘amém’.
Renan A.
A honra de ser vista através de olhos tão bondosos é tamanha que, de fato, não sei lidar. Que Deus nos guie a respeito da vontade dEle para nós. Feliz por ser inspiração para tão belas palavras, vindas de um garoto tão inteligente!
Obrigada, Renan!
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