Desde 2017, a Academia de Letras dos Estudantes da Universidade Mackenzie (ALEMack) mantém aqui no JP3 a publicação de sua coluna semanal, todas as segundas-feiras, abrindo as atividades da semana. Hoje, o texto é de Mariana Seminati Pacheco, aluna do Metrado em Letras, que ocupa a cadeira nº. 29 (Patrono Alexandre Dumas). Para saber mais sobre a ALEMack, clique aqui.
260
Mariana Seminati Pacheco
Dizem 260 anos para alcançarmos o nível de leitura de países desenvolvidos,
Perspectivas de uma pesquisa do Banco Mundial sobre educação e aprendizagem.
Devemos acreditar em tal pesquisa ou em nossos alunos?
Prefiro medir a realidade.
Para quem se interessar em ler a pesquisa: aqui.
Não creio que tudo se baseia em pesquisas, entretanto, admitamos
O Brasil não é fã de leitura. Falo como autora, e leitora.
Não vejo o contrário, nem aqui, nem nas livrarias.
Meço um país por suas estantes nas livrarias. É um estudo interessante
Que para quem quiser praticar uma pesquisa rápida de mercado
Vai entender o quadro:
Olhe primeiro os livros na entrada da livraria,
Depois aqueles em promoção,
Por ultimo os que são esquecidos no fundo da loja,
E poderá entender o gosto leitor de um grupo de pessoas.
E do brasileiro está de assustar.
Autores internacionais abarrotam cada centímetro da livraria
Os autores nacionais tem chance com bibliografia, mas ai já precisa ser famoso
Talvez na internet? Fama rápida e dinheiro rápido.
Senão, espere sua vez como autor nacional iniciante
Nas filas de editoras, de livrarias, de leitores
Para que sua história tenha alguma chance.
Ah claro! Não esqueçamos a concorrência com eletrônicos
Celulares, videogames, computadores, tantas tentações
Mais práticas, mais velozes, distrações para tudo
Para adultos,
Para crianças,
Para qualquer idade esquecer os problemas
Não precisar sociabilizar
E no mundo digital navegar.
É… não quero justificar, muito menos politizar o tema,
Mas de fato vivemos uma crise de aprendizagem,
Não só nas escolas
Mas em casa
Mas na sociedade
Nos hábitos que antes eram frequentes
E viraram raros
Como ler.
O que fazer? Há o que fazer?
Tirem os celulares da mão de criança até que ela saiba o que fazer com aquilo de fato,
Opte por alguns leitores nacionais pelo menos a cada três meses
Busque no fundo da loja
Pague um pouquinho mais
Leia para seu filho
Ou para crianças que precisam
Leia para você mesmo também.
Simplesmente leia.
Não creio que se possa encurtar 260 anos tão rapidamente, mas até ai, também não creio fielmente em pesquisas.